terça-feira, 13 de julho de 2010

A mestria do Sr. Director

Fomos aliciados a criar um blogue. Isso faz de nós, formandos, pessoas mais completas e atentas às novas tecnologias. Também faz parte da formação e estou plenamente de acordo.
Nunca tinha participado e até me passava ao lado todo este mediatismo.
Ontem, dia 12 de Julho, despertou em mim uma vontade tremenda de participar e defender o meu ponto de vista em relação a todo este processo que é a minha aventura no programa EFA do IEFP de Setúbal.
Por volta das onze e pouco, quando nos encontrávamos em plena formação técnica (termodinâmica), apareceu o Sr. Director (do Centro de Setúbal) com o semblante bastante carregado.
Depois de pedir licença para interromper a aula, com o devido respeito que lhe é próprio, começou por abordar a turma em questões banais, como: se o programa estava a correr bem; se tínhamos alguma coisa para dizer ou criticar, etc.
Apanhou-me um pouco de surpresa pois não estava à espera do motivo principal da sua presença. Eis que o mote da sua indignação era um almoço com a respectiva comitiva que vem ao centro e que, pelos vistos, segundo o Sr. Director acontece umas quatro vezes ao ano. Até aqui tudo bem.
O problema é que numa destas visitas o Sr. Director convidou os respectivos convivas para um almoço aqui no Centro. Tudo bem. Acontece então, que em pleno refeitório, (frequentado por formandos, formadores e administrativos) foram “apanhados” a almoçar com garrafas de vinho (álcool) que é expressamente proibido, e com toda a razão, pois tal seria incomportável como toda gente sabe.
Pergunto, porquê esta excepção?
Com que olhos admiramos uma atitude destas?
Será que existem dois pesos e duas medidas?
Que exemplo é este?
Se era um dia especial, então que a excepção fosse aberta a todos (no mínimo um copito de vinho para quem quisesse) já não se falava no assunto e toda a gente saía satisfeita e agradecida por ser considerada e respeitada.
Não aconteceu.
Para cúmulo, um colega tirou uma fotografia à respectiva mesa e manifestando a sua razão publicou-a no blogue da turma, o tal blogue que nos foi sugerido que criássemos. Indignação foi a palavra de quem se sentiu prejudicado, mas a disposição de perceber que havia falhado não foi considerada.
Sem justificação, por orgulho ou por falta dele, não foi assertivo com a sua mensagem. Cruelmente acusou a turma (fotovoltaicos 001) de má fé ao publicar uma foto no respectivo blogue.
Lembro que estamos numa instituição pública e a imagem desta é da responsabilidade de quem ocupa o lugar máximo na Direcção.
Não aceito que me tratem como um imbecil que não sabe dos direitos e não cumpre deveres.
Sou um cidadão que respeita, como tal exijo respeito. Não admito que alguém me diga que está à beira da reforma e que já não tem nada a perder. Que não precisa disto ou daquilo, mas que não está disposto a abrir mão do que diz não precisar.
Em que é que ficamos?
Humildade não é doença. Assumir um erro não faz de nós cidadãos inferiores, pelo contrário, faz-nos mais altruístas.
Esta é a minha opinião. Consigo viver com isto e assumo com grande rigor a boa fé do próximo. Faz de mim um cidadão melhor.
Este comentário é da minha e única responsabilidade.

Formando – Alberto Silva

5 comentários:

  1. Pelo que parece há um mais elemento na turma a discordar do que se passou, dou-lhe os meus parabéns por ter expresso neste blogue o que lhe vai na alma. Só tenho pena que de 20 que vocês são, só ainda 4 ou 5 escreveram nele. Não tenho nada contra o vosso blogue pelo contrário gostava também de escrever nele, mas com muita pena não posso, mas vou comentando. Quanto ao seu colega que tirou a foto, ele sim tem coragem em denunciar o quer que seja, pena é que ele tenha parado, talvez com medo de represálias, ou por sentir que os companheiros podem ser prejudicados por tal atitude, mas estou certo que o Sr. Contumélias dá conta do recado.
    Escrevam que eu vou lendo e recomendando.
    Ass. Gato escondido com o rabo de fora.

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  2. Depois de uma tão eloquente opinião do nosso companheiro e amigo Alberto, nada mais haverá que possa ser dito para já.
    Parabéns pela lucidez demonstrada.

    Para o nosso Gato: deixa serem quatro ou cinco a escrever. Aos não escreventes assiste-lhes o direito e a liberdade ao silêncio.

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  3. Companheiro Alberto estou contigo. E partilho do teu pensamento e indignação. Como eu te compreendo.

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  4. Caro Alberto a nossa indignação é partilhada num só sentido. infelizmente espelha um pouco da sociedade em que vivemos onde o espalhar da moral,a má interpretação do rigor e a altivez não têm produzido os melhores resultados na nossa sociedade.

    Ricardo Coelho

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  5. Caríssimo gato agradeço a apreciação que tem a meu respeito, mas na nossa turma quando olhamos com olhos de ver ninguém tem menos coragem que ninguém, atrevo-me a dizer que estamos todos no mesmo patamar.
    Com respeito a se escrever ou não cabe a cada um, de livre e espontânea vontade, não porque tem de ser.
    Já agora porque escondido com o rabo de fora?

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