domingo, 18 de novembro de 2012

Prevenção e segurança contra incêndio nas instalações Fotovoltaicas



 Existe cada vez mais edifícios equipados com instalações fotovoltaicas, isto é sem dúvida, resultado das políticas (europeias) onde se dá incentivos à utilização de energias renováveis, nomeadamente o privilégio dado a este recurso energético.

A rápida proliferação destas instalações poderá ter como consequência, a também proliferação de instaladores menos escrupulosos, resultando daqui potenciais riscos de segurança diretamente relacionados com o objetivo de lucros imediatos.
Por vezes, esta forma de trabalhar, resulta numa produção energética abaixo das expetativas face ao incorreto dimensionamento e também falta de uma boa conjugação de outras variáveis.
Em alguns casos poder-se-á também verificar falta de precauções com a segurança, tal como:

Ø  Contacto físico com os módulos fotovoltaicos;
Ø  Descargas atmosféricas;
Ø  Incêndio.

Hoje vou me concentrar nos incêndios e os riscos para quem os combate. (Bombeiros)





Para o caso particular de ocorrer um incêndio, existirá um risco acrescido, para o corpo de Bombeiros, de serem eletrocutados ou sofrerem queimaduras na tentativa de controlar o incêndio. Por outro lado, é bem provável que o corpo de bombeiros não tenha conhecimento da existência da instalação fotovoltaica no edifício, o que acarreta riscos acrescidos.


Dai a importância da sinalética








Vamos debruçar-nos na parte DC, tendo em conta que os danos provocados pela corrente elétrica ao atravessar o corpo humano são distintos para os mesmos valores de tensão AC e DC.

Por ex. para uma corrente de 25mA, e na condição de corpo molhado, uma tensão DC acima de 60 V poderá provocar lesões de graves consequências.


sabemos, estes valores são largamente ultrapassados numa instalação fotovoltaica.

Soluções com segurança; Deve-se garantir o espaço de manobra.

Deveremos garantir espaço de manobra suficiente para a intervenção do corpo de Bombeiros.

Este espaço, entre os 30 e 50cm no mínimo, deverá permitir o acesso, na cobertura do edifício, a todas as partes adjacentes aos módulos fotovoltaicos.



Quando dois componentes elétricos ativos, com potencial distinto, entram em contacto podem gerar um arco elétrico. O mesmo poderá verificar-se quando um circuito ativo é aberto para a atmosfera, face à ionização do ar. A figura abaixo evidencia um arco elétrico gerado por um curto-circuito em tensão reduzida (12V, 20A). 

Arcos como este podem chegar a produzir temperaturas entre os 3000º C e os 8000ºC, sendo fácil de imaginar que qualquer pessoa por perto poderá sofrer queimaduras.

Acresce ainda que muitos destes arcos, por serem tão potentes, poderão ser seguidos de explosão.

Existe um risco acrescido destas ocorrências associado a instalações DC, face às instalações AC. Este acréscimo de risco deve-se ao facto de que nas instalações DC a carga na tensão é constante, o que significa que o arco persiste enquanto houver potência fornecida.

Emanuel Santos