Existe
cada vez mais edifícios equipados com instalações fotovoltaicas, isto é sem
dúvida, resultado das políticas (europeias) onde se dá incentivos à utilização
de energias renováveis, nomeadamente o privilégio dado a este recurso
energético.
A
rápida proliferação destas instalações poderá ter como consequência, a também
proliferação de instaladores menos escrupulosos, resultando daqui potenciais
riscos de segurança diretamente relacionados com o objetivo de lucros
imediatos.
Por
vezes, esta forma de trabalhar, resulta numa produção energética abaixo das
expetativas face ao incorreto dimensionamento e também falta de uma boa
conjugação de outras variáveis.
Em
alguns casos poder-se-á também verificar falta de precauções com a segurança,
tal como:
Ø
Contacto
físico com os módulos fotovoltaicos;
Ø
Descargas
atmosféricas;
Ø Incêndio.
Hoje vou me concentrar nos incêndios e os riscos para quem os combate. (Bombeiros)
Para o caso particular
de ocorrer um incêndio, existirá um risco acrescido, para o corpo de Bombeiros,
de serem eletrocutados ou sofrerem queimaduras na tentativa de controlar o
incêndio. Por outro lado, é bem provável que o corpo de bombeiros não tenha
conhecimento da existência da instalação fotovoltaica no edifício, o que acarreta
riscos acrescidos.
Dai a importância da sinalética.
Vamos debruçar-nos na
parte DC, tendo em conta que os danos provocados pela corrente elétrica ao
atravessar o corpo humano são distintos para os mesmos valores de tensão AC e
DC.
Por ex. para uma corrente
de 25mA, e na condição de corpo molhado, uma tensão DC acima de 60 V poderá
provocar lesões de graves consequências.
sabemos, estes
valores são largamente ultrapassados numa instalação fotovoltaica.
Soluções com segurança;
Deve-se garantir o espaço de manobra.
Deveremos garantir
espaço de manobra suficiente para a intervenção do corpo de Bombeiros.
Este espaço, entre os
30 e 50cm no mínimo, deverá permitir o acesso, na cobertura do edifício, a
todas as partes adjacentes aos módulos fotovoltaicos.
Quando dois componentes
elétricos ativos, com potencial distinto, entram em contacto podem gerar um
arco elétrico. O mesmo poderá verificar-se quando um circuito ativo é aberto
para a atmosfera, face à ionização do ar. A figura abaixo evidencia um arco
elétrico gerado por um curto-circuito em tensão reduzida (12V, 20A).
Arcos como
este podem chegar a produzir temperaturas entre os 3000º C e os 8000ºC, sendo
fácil de imaginar que qualquer pessoa por perto poderá sofrer queimaduras.
Acresce
ainda que muitos destes arcos, por serem tão potentes, poderão ser seguidos de
explosão.
Existe
um risco acrescido destas ocorrências associado a instalações DC, face às
instalações AC. Este acréscimo de risco deve-se ao facto de que nas instalações
DC a carga na tensão é constante, o que significa que o arco persiste enquanto
houver potência fornecida.
Emanuel Santos
Sem comentários:
Enviar um comentário