sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Este país não é para pobres




Já estava à espera, apenas aguardava confirmação. Uma inacreditável artimanha burocrática, montada pelo sistema social do Estado Português, conseguiu subtrair quase 50 euros a quem já pouco tem.

Estando desempregado e a usufruir de uma verba, inferior ao ordenado mínimo nacional, referente ao subsidio de desemprego da Segurança Social, aderi a uma das propostas que me fizeram no centro de emprego. No sentido de alargar o leque de opções, ao nível do mercado de trabalho, inscrevi-me neste curso. Até porque penso que o nosso futuro está nas “mãos” das energias renováveis. Asseguraram-me que iria ser reembolsado pelo valor total da despesa efectuada com as deslocações diárias, uma vez que não excedia o valor máximo permitido, pelos serviços sociais, para as despesas de transporte. No entanto só sou reembolsado na segunda ou terceira semana do mês seguinte. Quer isto dizer que: teria de investir 180 € durante quase quinze dias e 90€ durante ano e meio. Nunca conseguiria realizar tal proeza económico-financeira. Tive a sorte de haver um colega, da minha área de residência, que se prontificou a dividir as despesas e até à data do reembolso utilizaríamos a sua viatura nas deslocações. Correu tudo bem até ao mês de Julho, em que fui ressarcido no dia 14 e comprei os títulos de transporte no dia 16 (dia em expiravam). Em Agosto só recebi 40€ sob o pretexto de só pagarem as despesas de transporte até 31 de Julho. Em Outubro volta tudo à estaca zero e se nessa altura recorrer à mesma solução vou chegar ao fim do curso com 90 € a menos, além das despesas, a dividir por dois, das deslocações em viatura própria, entre Almada e Setúbal, durante um mês. A solução encontrada, pelo Centro De Formação, passava pela aquisição de módulos pré-comprados. Nesse caso poderia usar os pré-comprados, até à data (sempre variável) do reembolso e completar o mês Julho com os mesmos. Com essa solução, o investimento teria de ser maior da minha parte e o Estado gastaria mais dinheiro. Portanto se eu tivesse mais dinheiro o Estado sairia prejudicado, eu não perdia dinheiro nenhum e tudo dentro da legalidade graças a uma burocracia arcaica.

PS. Corro o risco de parecer mal-agradecido, mas ao fim de 2 décadas de carreira contributiva penso que mereço melhor retorno.

Pedro Pacheco